segunda-feira, 26 de março de 2018

Pesquisa revela a curiosa estratégia das baratas para escalar paredes

Na mesma medida que as baratas são nojentas, elas são impressionantes. Em uma demonstração sem precedentes de resiliências, elas surgiram há cerca de 300 milhões de anos, provavelmente quando os continentes ainda estavam unidos em forma da Pangeia, e hoje estão presentes em boa parte do planeta, adaptadas a viver em proximidade com os humanos.

Seus feitos não param por aí. São consideradas um dos insetos mais rápidos que existem, podendo percorrer o equivalente a 50 vezes o comprimento de seu corpo em um segundo. Elas mantêm a alta velocidade mesmo quando sobem pela parede do seu banheiro.

Pesquisadores da Universidade Harvard quiseram entender como elas conseguem manter tamanha agilidade, mesmo aparentando serem desastradas. Não é raro que trombem com toda força contra uma parede antes de partir para a escalada.

O biólogo Kaushik Jayaram, autor do estudo publicado no Jornal da Sociedade Real, quis saber se essas trombadas eram acidentais, ou faziam parte da estratégia das baratas.

Para isso, usou uma câmera de vídeo que filma em alta velocidade, e começou a gravar repetidamente 18 baratas enquanto corriam dentro de uma caixa e subiam uma parede de acrílico. O objetivo era observar o momento preciso em que o inseto faz a transição de uma superfície plana para outra vertical.

Quando observaram as filmagens em câmera lenta, os pesquisadores ficaram surpresos ao perceberem que em 80% das vezes, as baratas simplesmente batiam com a cabeça na parede em sua velocidade máxima, antes de fazer a transição. nas outras vezes, angulavam a cabeça para cima e usavam as pernas para diminuir a velocidade antes de atingir a parede.


Descobriram que, das duas formas, a velocidade da transição era praticamente a mesma, 75 milisegundos, o faz com que as baratas prefiram o choque, já que sabem que sua carcaça consegue assimilar o impacto sem problemas.

Para confirmar que apostar no força, e não na inteligência, pode ser eficiênte, os pesquisadores repetiram o teste, mas no lugar das baratas vivas, utilizaram um pequeno robô inspirado nos movimentos do inseto, mas sem contar com nenhum sensor ou mecanismo de resposta. Os resultados foram semelhantes, o que afirmam confirmar as conclusões do estudo.


Mais do que matar a curiosidade sobre a complexidade dos movimentos das baratas, a pesquisa pode ser útil para criação de robôs cada vez menores. “Pequenos robôs podem ser construídos com corpos simples, robustos e inteligentes, para poderem colidir com obstáculos no lugar de usar complexos e caros sensores e sistemas de controle”, afirmou Jayaram

 

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